por Luiz Eduardo Conti
“Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas
convêm; todas as coisas me são lícitas; mas eu não me deixarei dominar por
nenhuma.” Paulo Apóstolo
Em outro artigo mencionei as três constantes da vida, segundo Stephen Covey: as mudanças inevitáveis, os princípios que norteiam nossas atitudes e a permanente necessidade de fazer escolhas. Aqui, vou abordar a questão dos princípios.
Antes de argumentar sobre princípios, será preciso falar de
ética.
Segundo Mario Sergio Cortella, “a ética é o que marca a
fronteira da nossa convivência”. A ética pode ser percebida na maneira como nos
comportamos socialmente, ao respeitarmos os limites, a integridade e as necessidades
das pessoas.
Toda atitude ética é precedida por um questionamento: “quais
serão as consequências da minha ação?”. A preocupação com esses resultados é
natural, se considerado o fato de que essa pergunta só habita a cabeça de quem
deseja o bem comum. Um comportamento ético, portanto, é aquele que tem por
único objetivo o bem estar das pessoas com quem se relaciona.
É pelo desejo de vivermos bem que agimos eticamente. Por querermos estar em paz com a nossa consciência, com a certeza de que fizemos o que era preciso. Um ensinamento Cristão muito difundido é aquele que nos lembra da necessidade de fazermos para os outros somente aquilo que gostaríamos que fizessem para nós, ou seja, para vivermos bem é preciso refletir sobre os resultados de nossas atitudes e agir com discernimento.
Na base das atitudes éticas estão os nossos princípios, os
nossos valores. Sempre que somos chamados a agir, são os nossos princípios que decidem
quais comportamentos são mais adequados. Princípios são conceitos nos quais
acreditamos com convicção, que nos sustentam e nos dirigem em qualquer
circunstância da vida. Quando agimos baseados neles, não existem dúvidas, apenas
certezas. Sentimos-nos gratificados, não necessariamente felizes.
Motivados pela generosidade, pelo anseio em promover o bem, por
vezes nossas ações contrariam normas e costumes do grupo social. Algumas pessoas,
que não entendem essas intenções, se revoltam. Nessas ocasiões, a felicidade,
definida pelo senso comum, pode ficar comprometida, mas não a noção íntima de
que estamos agindo da melhor maneira.
Voltando ao tempo do cristianismo nascente, quando aqueles
que se declaravam seguidores de Jesus eram perseguidos, presos e atirados às
feras no coliseu romano, por contrariarem os preceitos religiosos daquele povo,
poderemos resgatar histórias de muitas pessoas que preferiram morrer de forma
violenta à abrir mão de suas crenças cristãs. Certamente não estavam felizes,
mas tinham paz na consciência.
Princípios são permanentes. Uma vez consolidados, serão
sempre determinantes de nossas ações. Não se abre mão de princípios em troca de
alguma vantagem momentânea. Se alguém argumentar nesse sentido, é porque de
fato não os possuía.
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