Por Luiz Eduardo Conti
Psicólogo
Nosso cérebro funciona como um aparelho de rádio, captando todos os sinais à nossa volta. O problema é que ele não consegue trabalhar ao mesmo tempo com os sinais negativos e positivos. Assim, diante de um determinado fato, nossa mente foca em seus detalhes ruins ou foca nos seus aspectos positivos.
A pessoa que possui o hábito de focar as dificuldades (o pessimista) não presta muita atenção nas oportunidades, nas possíveis soluções, nas coisas boas e nas pessoas bem intencionadas que estão por perto.
O problema é que quanto mais ela foca no negativo, mais depressiva fica. A depressão, por sua vez potencializa a "habilidade" de perceber as coisas negativas. Ou seja, trata-se de um hábito de pensar que se retroalimenta e perpetua a dor. Uma espécie de "looping deprê".
A boa notícia é que qualquer hábito pode ser alterado. É possível aprender a ser mais otimista utilizando algumas técnicas psicológicas de fácil aplicação e eficácia comprovada cientificamente.
Martin Seligman, psicólogo considerado o pai da Psicologia Positiva e grande estudioso de comportamentos otimistas e pessimistas, chama esse hábito de pensar de "Estilo explicativo".
Ao realizar inúmeros experimentos na Universidade da Pensilvânia, nos EUA, ele observou que as pessoas pessimistas normalmente se comportam da seguinte maneira:
- Generalizam: espalham problemas ocorridos no trabalho, por exemplo, para outras áreas da vida. Levam o puxão de orelha recebido do chefe para dentro de casa e acabam brigando com esposa e filhos.
- Perpetuam: ficam ruminando o problema, dando a ele uma duração muito maior do que a necessária.
- Personalizam: declaram-se responsáveis pelo problema e/ou incapazes de solucioná-los, numa clara demonstração de reduzida autoestima.
Mas o que fazer para ser mais otimista? A Psicologia Positiva (uma área da Psicologia focada nas potencialidades humanas) oferece uma série de técnicas que podem facilitar essa mudança do hábito de pensar.
Uma dessas técnicas é o Diário de Gratidão:
- Nas duas próximas semanas, reserve cinco minutos toda noite, de preferência imediatamente antes de se preparar para dormir. Prepare um bloco com 14 páginas (uma para cada dia).
- Na primeira noite, faça o teste Escala Geral de Felicidade (aqui) e anote os pontos alcançados.
- Então pense nas 24 horas anteriores e faça uma lista de 3 fatos acontecidos nesse período que tenham feito você sentir gratidão. Eis alguns exemplos comuns: “por acordar bem pela manhã”, “pela generosidade dos meus amigos”, “pela determinação que Deus me deu”, “pelos pais maravilhosos”, “pela minha boa saúde”, “pelo trabalho que realizo”, “pelas pessoas que posso ajudar”, “por aprender com os desafios da vida”, etc.
- Repita essa lista todos os dias pelas próximas duas semanas.
- Na última noite, após fazer lista do dia, repita o teste citado anteriormente, comparando o resultado com o da primeira noite.
- Se funcionar, incorpore a atividade à sua rotina.
O Diário de Gratidão é uma das várias técnicas disponibilizadas pelos psicólogos que atuam no campo da Psicologia Positiva. Todas elas validadas cientificamente.
Nas próximas postagens vou trazer mais algumas para vocês.
LEConti 😉
www.psicologiaviva.com.br/conti
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