Provavelmente sim, pois é um termo muito utilizado atualmente, especialmente em ambientes organizacionais. No entanto, apesar dessa utilização constante, ainda existe certa dúvida com relação ao seu significado.
Trata-se de conceito originário da Física que define a propriedade que alguns corpos apresentam de retornar à forma original após terem sido submetidos a uma deformação elástica.
As ciências do comportamento humano tomaram tal conceito emprestado para definir a capacidade de recuperação que algumas pessoas apresentam quando enfrentam grandes problemas ou perdas em suas vidas.
Resiliência não se trata de ausência ou baixo sofrimento diante de situações adversas. Muito ao contrário. A resiliência se manifesta exatamente após as emoções mais dolorosas da vida.
“A pessoa que falha miseravelmente e sobrevive para experimentar o dia seguinte, mesmo após as intensas emoções negativas, está mostrando resiliência.” (Courtney Ackerman)
Em suma, a resiliência é a capacidade que as pessoas têm de se adaptar às dificuldades, traumas ou tragédias que a vida lhes impõe. Embora algumas pessoas possam ser mais resistentes do que outras, a resiliência não é uma característica imutável, dessas que você tem ou não. A resiliência é uma habilidade que pode ser aprendida por qualquer pessoa.
Então, vamos às 10 atitudes que favorecem a formação da resiliência:
1. Construa uma rede de suporte social.
- Aceite ajuda e apoio de quem se preocupa e ouve você.
- Mantenha relacionamentos positivos com familiares próximos, amigos ou outras pessoas do seu meio.
- Participe de grupos de afinidades, organizações religiosas ou outros grupos locais.
- Ajude pessoas que enfrentam dificuldade ou passam por necessidade.
- Você não pode mudar o fato de que eventos altamente estressantes acontecem, mas você pode mudar a forma como interpreta e responde a esses eventos.
- Por outro lado, é importante lembrar que também existem eventos altamente positivos na vida de todas as pessoas. Ou seja, dores e alegrias são emoções transitórias e se alternam.
- Mantenha os problemas circunscritos aos ambientes onde eles ocorreram, evitando contaminar com pessimismo ou irritação outras áreas da sua vida (p.ex., se o problema aconteceu no trabalho, procure não levá-lo para casa).
- Conheça seus pontos fortes e visualize maneiras de utilizá-los para superar os problemas. Você perceberá alternativas possíveis com mais facilidade.
- Olhe para além do momento presente. Perceba como as circunstâncias futuras podem alterar a situação atual, reduzindo a tensão existente.
- Certas metas podem se tornar inalcançáveis em função de situações imprevistas e adversas.
- Assim, é importante aceitar que existem fatos e situações que estão além da sua capacidade de ação e, portanto, não podem ser alteradas.
- Admitido isso, concentre-se nas circunstâncias que você pode alterar. Estabeleça novas metas e faça novos planos.
- Tenha objetivos realizáveis e elabore planos de ação, respondendo os 3Q1C: O quê? Quem? Quando? Como?
- Faça algo regularmente - mesmo que pareça uma pequena realização - que lhe permita avançar em direção a seus objetivos.
- Em vez de se preocupar com as tarefas mais difíceis (ou mesmo irrealizáveis no momento) dos seus projetos, pergunte a si mesmo: "O que eu sei fazer e posso iniciar hoje, que me ajudará a ir em direção ao meu objetivo?”.
- Diante de situações adversas, realize o máximo de ações que puder, visando minimizar os problemas.
- Tome atitudes decisivas, em vez de evitar os problemas e as tensões, desejando que eles simplesmente desapareçam.
- Muitas vezes as pessoas aprendem algo sobre si mesmas e ficam com a sensação de que cresceram em algum aspecto, como resultado de sua luta com a perda.
- Muitas pessoas que experimentaram tragédias e dificuldades relataram melhores relacionamentos, maior sensação de força (mesmo quando se sentem vulneráveis), maior senso de autoestima, uma espiritualidade mais desenvolvida e maior apreciação pela vida.
- Diante das adversidades, pergunte para si mesmo: O que essa experiência me ensinou ou melhorou em minha personalidade?
- Desenvolva confiança na sua capacidade de resolver problemas e confie nos seus instintos. Isso ajudará a criar resiliência.
- Conhecer suas potencialidades e qualidades ajuda nesse processo. Quais são seus pontos fortes? Se tiver dificuldade para responder essa pergunta, peça ajuda para amigos sinceros.
- Mesmo quando estiver enfrentando eventos muito dolorosos, tente considerar a situação estressante em um contexto mais amplo e mantenha uma perspectiva de longo prazo.
- Não torne o evento desproporcional ao tamanho que de fato ele tem. Em outras palavras, não aumente e nem estique demais os fatos. Nenhuma dor é insuportavelmente grande e nem eterna.
- Uma postura otimista faz com que você acredite que coisas boas sempre acontecerão em sua vida (não se trata de negar a existência dos fatos negativos, mas sim de focar nos eventos que nos fazem bem).
- Procure visualizar as coisas boas que você deseja para si e para as pessoas importantes de sua vida. Esse exercício de visualização é especialmente indicado para aqueles momentos em que as ideias pessimistas tentarem dominar seus pensamentos. Trata-se de uma estratégia de contraposição de pensamentos, ou seja, reduzir o pessimismo inundando a mente de otimismo.
- Preste atenção às suas próprias necessidades e sentimentos.
- Participe de atividades que você gosta e te relaxa.
- Exercite-se regularmente.
- Cuidar de si mesmo ajuda a manter a mente e o corpo preparados para lidar com situações que exigem resiliência.
A chave é identificar maneiras que provavelmente funcionarão bem para você, como parte de sua própria estratégia pessoal para promover a resiliência.
Fontes:
American Psychological Association (APA): http://www.apa.org/helpcenter/road-resilience.aspx
Positive Psychology Program: https://positivepsychologyprogram.com/resilience-activities-worksheets/ .
Adaptado por Luiz Eduardo Conti.
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