
Parece-me que estas palavras de Sua Santidade, o Dalai Lama,
têm bastante lógica. Todos os dias fazemos coisas (escolhemos agir dessa ou
daquela maneira) baseados na suposição de que estaremos tornando nossas vidas
melhores, ou mais suportáveis. Não se questiona aqui a ética que está por trás
desses atos. Para alguns, a vida poderá melhorar se algo for subtraído dos
outros (objetos ou afetos). Para outros, a felicidade só será possível se
distribuirmos o bem para todos os que passam pelos nossos caminhos.
Penso, no entanto, que poucos de nós compreendemos isso.
Poucos sabem, sequer, o que significa ser feliz. Para muitos, a felicidade
existe quando estamos alegres, experimentando emoções positivas, como quando
ganhamos algo num sorteio ou o beijo da pessoa amada.
Barbara Fredrickson, da University of North Carolina, uma
das maiores especialistas do mundo nesse tema, descreve
as dez emoções positivas mais comuns: alegria, gratidão, serenidade, interesse,
esperança, orgulho, divertimento, inspiração, maravilhamento e amor.
Felicidade certamente inclui todas essas emoções, mas não se
completa com elas.
Martin Seligman, outro grande estudioso do tema, um dos fundadores da Psicologia Positiva, diz que além das emoções positivas, a felicidade também depende de envolvimento (flow), sentido de propósito (ou propósito de vida), relacionamentos positivos e realização (conquistas). Aliás, Seligman não gosta da expressão “felicidade”. Prefere a expressão ”bem-estar”, por entender que a palavra felicidade já perdeu força devido ao seu uso fortemente associado às emoções positivas.
Shawn Achor, outro estudioso do assunto, afirma que ”felicidade é a alegria que sentimos quando buscamos atingir nosso pleno potencial”. E ele vai um pouco mais longe, ao afirmar que “a felicidade é muito mais que apenas uma sensação boa – ela também constitui um ingrediente indispensável do nosso sucesso”.
Ao afirmar isso ele toca num ponto polêmico: é a felicidade
que promove o sucesso ou é o sucesso que nos faz felizes?
Vamos pensar nisso?
Na próxima postagem abordarei esta questão. Em outras
postagens abordaremos também os elementos de felicidade citados por Seligman.
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