terça-feira, 11 de novembro de 2014

Como é difícil assumir os próprios erros

Conta-se que um respeitável fazendeiro de 80 anos, verdadeiro sustentáculo de tradições seculares, tinha uma única e adorável netinha de 8 anos. Homem rígido e acostumado a posições irrevogáveis (afinal, seus brancos fios de bigode sempre acobertaram uma boca que "jamais" deixou de honrar a palavra dada), entretanto se dobrava a "quase todos" os pedidos desta garotinha mimosa e catita.
Eis que, entretanto, em um belo dia a linda menina, que conhecia o horror do avô por um cardápio de quiabo (embora soubesse também que ele jamais experimentara o sabor do mesmo), lhe pede para que experimente "pelo menos uma colherzinha", daquele guisado que ela adorava e que lhe doía ver que o avô se privava.
Ao que o octogenário e respeitoso senhor lhe responde:
- Sabe querida? Não posso atendê-la, e você há de me compreender! Se o vovô atende o seu pedido, ele corre dois riscos: o primeiro é que eu acho que isto de fato vai até me fazer mal, pois não me parece bom o sabor. O segundo é que, caso o vovô goste do sabor, ele vai ter que assumir oitenta anos de erro!"
(autor desconhecido)

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